terça-feira, 6 de março de 2012

Como um peixe no céu

Várias almas sozinhas
Falando juntas do quão sozinhas estão,
Lembrando que todo o ser nasce adorado
E morre falando só.

Lembrei-me, sem querer,
Que marcar ponto não é amor,
E quando te empurro para longe
É porque quero contigo ser levada.
Esgotou tudo o que tinha
Já nada, mesmo nada, passa por aqui,
Já nem lava pinga
Já só me tenho a mim


Que raio de raiva
Que merda tenho de viver
A ver se um dia tudo volta ao que era,
Antes de me conhecer.


Quando as lágrimas já não escorrem
Porque as mesmas saltam
Voando como um peixe no céu
Estou, só.

domingo, 4 de março de 2012

O quão bom foi te ter

Não vai dar para engolir a seco
As lágrimas que já derramei
Não és metade do que fiz por ti
Nem sei porque o fiz

Dei sem esperar nada em troca
E isto não é jogar á cara
Jogando estás tu
Um dia o jogo acaba

E perdes...
Mais uma vez
Uma oportunidade de ser quem erás,
E erras, podendo ter escolhido melhor pessoa para ser

Diz-me só se achas correcto,
Se tudo o que fiz foi em vão,
Se te dar a mão significa ficar sem ela
Se te ter como irmã é implícito que te perca.

Mais um pássaro é de mais para o céu
Mais um passo e a culpa é minha
Sou ciumenta, sou!
Mas o que é meu, é isso mesmo!

E ninguém quer saber,
Nem mesmo ler isto vão
Mas foi bom aqui dizer
O quão bom foi te ter
E agora já não.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Vontade de aqui ficar

Paz, tive tantas saudades de ti,
Tantas quantas tive de mim.
Por onde andava eu, namorando com o vento?
Caçando problemas com rede de pescador
Amor, também senti a tua falta!

Senti a falta da calma tão característica,
Da luz que eu era.
Será que o presente me perdoará
Se eu disser que o vou deixar para trás?

O espaço que abandonei encheu-se,
De quê não sei
Mas o vazio desta vez sabe bem,
Porque não é vazio...

Deixei ir embora o chão,
Agora quero é voar,
Seja com asas ou não
Que seja, pelo menos,então,
Vontade de por aqui ficar


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Espera aí que já não volto

No que quero acreditar?
Estão todos sozinhos ou cada um está acompanhado?
Existe alguém que consegue ver no silêncio mais que uma ausência de palavras porra?
Dar, com essa pessoa, um salto mais alto que o céu
Mergulhar num espelho diferente de nós mesmos,
Casa longe de casa.
Dar uma volta na órbita que me é estranha
e em cada volta voltar a pensar que é possível isto ser mais
que uma matemática de feromonas.
Dizer que acredito, e de facto acreditar.
Viveres fora da minha cabeça seria bom sabes?!
Não nos encontramos enquanto não nos perdemos
em alguém (ou de alguém), verídico e comprovado.
Odeio o luto que tenho de fazer
por cada merda de pensamento que fere cá dentro,
Fera louca de si.
Mostra-me o pior que pode acontecer,
vai ser bonito vê-lo outra vez.
A felicidade não se faz pela luz
Mas sim pela ausência de escuridão.
Dito isto, chega o momento da verdade, vou viver por mim!
E tu, espera aí que já não volto.






segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Mesmo que tenha sido eu.

Gira o sol em torno dele mesmo,
A terra continua na sua,
Todos parecem viver,
Até que chega a hora de pensar
A meio da travessia
Que margem do rio vou escolher?
Se tivesse asas, andaria no chão?
Se a vida nos desse mais uma oportunidade
viveríamos a média força?
Quando o sonho nos destrói
Por não ser o que esperávamos...
Porquê?
Porquê que deixar custa?
Eu ainda me interrogo
Mesmo sem nada saber;
Já dizia o outro
Que para amar é preciso viver.
Ver o arco-íris a preto e branco
Ver no futuro um futuro manso.
Não quero!
Não quero viver no "se",
Eu quero dizer "já"
Com todas as forças de dentro de mim
E mais algumas que por aí há
Que a felicidade não seja festa
Mas sim habitual.
É como ir à batalha sem arma,s
É tipo guardar e sofrer
Mas que raio de coisa é esta?
É viver? NÃO!É sobreviver!
Quem me pôs aqui
Que me tire já
Mesmo que tenha sido eu.


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quinta-feira, 14 de julho de 2011

É

Em cada passo
Em cada levantar
É mais que um andar
É um forçar de vontade

É um suspiro mal dado
É uma corrente eléctrica
É um tristeza que todos compreendem
É disfarçar a água com fogo

É o desejo de o barulho não parar
Por saber que um barulho pior está por trás
É não sentir o que se é
É fingir que não penso
Forçando-me a mim mesma a apagar aquilo que invejo

É da minha vida de que se trata
É só isso, sim
É quando o que sou não está aqui
É quando o que está aqui é apenas a sombra já gasta e habituada a ela mesma

É impulso igual a luz
É dormir durante a vida
Esperando não morrer amanha
Porque o procurado
É que presente venha em forma de Presente

É viver através da ponta de meus dedos
É ver em letras o que quero ouvir
É sonhar com o que sentir
É dormir de olhos abertos

É não conseguir parar de escrever
Por sentir que é atalho
De tão longo caminho que nem a meio vem

É querer que se calem
Por eu própria não saber o que mais dizer
É peste contagiosa
Que encontrou casa em algo quase inabitável, eu.

É triste, não é?
Não é triste?
É.

domingo, 19 de junho de 2011

Retórica

É pena que quando eu morra me queiras de volta.
No que toca à vida não há ressonância,
Não há quem te vá lá buscar, à morte,
Há morte!

Não há quem te chegue perto e te toque nos sonhos
Não há o que te faça impedir de morrer
Tiras fotos e ficas bonita
Tira uma foto agora que estou morta, tira!

Os mortos são os que vieram
Por esta sucessão de lógicas
O inverso joga e ganha,
É a retórica.

Não passas de pó
Que o destino deixou para trás
Lá estou eu, ser egocêntrico...
Deixa-te disso miúda

Não há fim sem meio
Corto-te os fios
Agora anda marioneta
Como se tivesses vida própria.

Os pensamentos não têm olhos
Que puros que eles são....